Lucro da M. Dias Branco sobe 51,5% no 2º tri; consumo de massas na pandemia impulsiona

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

A receita líquida do período bateu recorde trimestral de 1,89 bilhão de reais, ao crescer 22,2% quando comparada ao desempenho obtido um ano antes

A M. Dias Branco registrou avanço de 51,5% no lucro líquido do segundo trimestre ante mesmo período de 2019, para 152,4 milhões de reais, impulsionado pela combinação entre um plano estratégico de crescimento em curso e o aumento no consumo de massas durante a pandemia de coronavírus.

Uma das maiores produtoras de farinha de trigo, massas e biscoitos do Brasil, a Companhia viu seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subir 23,5% no segundo trimestre, para 225,6 milhões de reais, conforme balanço divulgado no dia 7 de agosto.

A receita líquida do período bateu recorde trimestral de 1,89 bilhão de reais, ao crescer 22,2% quando comparada ao desempenho obtido um ano antes. “Crescemos dois dígitos na região que chamamos de ‘ataque’, composta por Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e também dois dígitos na região de ‘defesa’, onde já somos consolidados, que é o Norte e o Nordeste”, disse à Reuters o vice-presidente de Investimentos e Controladoria da M. Dias Branco, Gustavo Theodozio.

O executivo destacou que os preços médios cresceram em todas as categorias em que a empresa atua, ao mesmo tempo que os volumes de vendas de biscoitos, massas e farinha/farelo de trigo também avançaram dois dígitos.

O volume total de vendas subiu 19% no segundo trimestre, para 536,1 mil toneladas, puxado pelo desempenho da área de massas, que marcou um salto de 37,4% na comercialização, alcançando 129,7 mil toneladas.

Apesar dos demais resultados positivos serem atribuídos a um plano estratégico que vem sendo colocado em prática pela M. Dias Branco nos últimos anos, incluindo a importante aquisição da companhia Piraquê, o avanço na demanda por massas foi associado ao período da pandemia do novo coronavírus, tanto no mercado interno quanto externo.

As medidas de isolamento domiciliar para conter a disseminação da Covid-19 já vinham contribuindo com a M. Dias Branco, no que se refere a aumento de venda de itens básicos no varejo durante o primeiro trimestre e o cenário se estendeu entre abril e junho. “(No segundo trimestre) ainda foi uma demanda muito forte, principalmente em espaguete, macarrão. Também teve crescimento em margarinas, biscoitos, itens básicos”, disse o vice-presidente.

Segundo ele, a percepção é de que o auxílio financeiro fornecido pelo governo federal durante a pandemia ajudou a manter o consumo das famílias. Para os próximos meses, considerando o fim do benefício, eles reconhecem que uma recessão deve pesar sobre o poder de compra do consumidor, mas destacaram que o portfólio de produtos da M. Dias Branco também contempla itens de menor valor agregado que podem se sobressair na crise. “Se vier uma busca do consumidor por produtos mais básicos, a M. Dias Branco pode surfar uma onda nos itens de baixos preços”, estimou o executivo.

Do ponto de vista de matéria-prima, a Companhia disse que atingiu o maior nível histórico de verticalização de farinha de trigo (99%) e de gordura vegetal (100%). “Cerca de 55% do nosso custo foi com esses insumos que fabricamos internamente”, afirmou Theodozio.

Disparada Externa
No mercado internacional, a empresa obteve recorde de receita, com alta de 526% nas exportações do segundo trimestre, para 93,3 milhões de reais. “A margarina e os biscoitos eram os volumes (de vendas) esperados para chegar com a internacionalização da Companhia, o que teve crescimento da demanda vindo da pandemia foi das massas”, disse o diretor de Relações com Investidores, Fábio Cefaly.

O vice-presidente de Investimentos e Controladoria, Theodozio, destacou que a empresa passou por um processo de reestruturação desde 2016, que permitiu atender a demanda excedente que veio do aumento de consumo no lar em várias partes do mundo, contra o coronavírus.

Dentre os principais compradores, o executivo destacou os países de língua portuguesa na África, além de Paraguai, Uruguai, El Salvador e os norte-americanos. “É um mercado que tem crescido muito, com marca própria que vendemos nos EUA. Começamos a vender para varejistas, principalmente biscoitos e torradas”, completou.

Com informações da Reuters.